sábado, 30 de maio de 2009

Pensando, pensando, vivo...

Outro dia, conversava com alguém sobre um blog de uma amiga minha. Lembro de ter perguntado a ele se havia visto um texto específico. E ele respondeu com uma pergunta: "Aquele blog de pensamentos?". Ignorei a frase, e ele continuou perguntando “Aquele blog de pensamentos?” Bom...continuei a conversar.

Expliquei para ele o que havia me chamado a atenção no texto da colega. E...a pergunta não deixava de martelar a minha cabeça: "aquele blog de pensamentos? Aquele blog de pensamentos?...pensamentos...pensamentos...pensamentos..."


Fiquei imaginando o que poderia fazer alguém ser contra o ato de pensar. Ou, o que é pior, nivelar o pensamento a algo tão insignificante a ponto de não merecer tanto crédito e consideração. Como um post. Ou vários. Ou merecer postar sobre ele, o pensamento...

E o que é um blog senão uma metalinguagem virtualizada do pensamento?

Era como se ele dissesse que um artigo científico (detalhe, fruto do pensamento crítico e reflexivo) fosse algo muito mais importante do que um "blog de pensamentos" (fruto de um pensamento crítico e reflexivo, mas, de assuntos que excedem a ciência puramente dita e seguem pelo extraordinário escondido no cotidiano). Um blog de pensamentos mostra a visão de mundo de quem escreve.

Paulo Freire dizia que a palavra é o que dá nome ao mundo. E o que é a palavra se não a cristalização do que pensamos? Sendo assim, se Paulo está certo (como eu concordo que ele esteja) posso considerar a palavra como a vida, e os pensamentos como dialeticamente uma abstração muito concreta dela.

Os pensamentos são assim: traduzem nossa visão de mundo. Com eles refletimos o que vivemos, a forma como vemos o mundo...como interagimos com ele e como agem conosco. No caso do amigo, lamento o fato dele não entender que a vida é uma construção de tudo o que pensamos.

Lamento, por perceber que aquele amigo dá muito pouco valor ao que pensa. O que mostra que não entendeu (ainda) o que é a vida.

Quando vemos na Introdução à Psicologia a forma como o cognitivismo (isso se aplica aos nossos pensamentos) são elaborados, vemos o quanto é trabalhoso pensar. Por exemplo: quando escrevo aqui, cada palavra remete-me em frações de segundos a uma série de arquivos momoriais, em lugares distintos e distantes que dizem respeito as palavras que escolho. Quando escrevo o nome rosa, preciso para isso trazer em minha mente a imagem da rosa, que me remete a um significado, que por sua vez vai me ligar a palavra que representa a imagem da rosa que pensei e seu significado, e agregar ao (re)significado que quero dar. Isso tudo é tão comum, que já nem lembramos (e muitos nem sabem) do trabalho todo que dá pensar.


Juntemos todo esse simples-complexo processo de elaborar os pensamento e somemos a ele a tarefa árdua de extrair, lapidar, o que percebemos e nossa visão de mundo; que vai se misturar, fatalmente, com todas as outras formas de pensar e ver o mundo, de todas as pessoas que já convivemos um dia, e das que não convivemos mas lemos seus pensamentos nos livros, ouvimos eles nas músicas, sentimos eles nas poesias...e, pronto, está feita a bagunça. Por isso, um dia cheguei a conclusão de uma máxima: pensar dói.

Só não sabe disso quem não pensa. Ou quem não pára para refletir sobre a vida. Sobre os fatos. Sobre o mundo a nossa volta. Não como uma tempestade de veborragia mas, como uma atitude vital.

E é isso. Hoje, neste blog que se propões a ver o fantástico da vida nas coisas simples, dedico ao ato de "pensar" esse post. Pense nisso.

Ah, e antes de ir não se esqueça: Meu blog é um blog de pensamentos. Variados (aproveite e vote aí no selo do TOP BLOG), mas pensamentos.

5 comentários:

  1. Ontem memso fui criticada por pensar muito, por "filosofar"...Minha resposta foi simples: filosofar não é nada mais do que pensar, sobre si, sobre tudo. Sou assim, esta sou...É errado? Não sei...mas sou eu..

    ResponderExcluir
  2. :) Nâo, cara leitora-anônima..não estás errada. Errado é não pensar :) Tenho dito. Deus abençoe, e obrigada pela visita e pelo comentário.

    ResponderExcluir
  3. é claro que o ponto de vista de quem escreve sobre algo não define bem o seu autor, porque NEM TUDO É VERDADE.
    Mas todo texto é sim uma representação, como dissestes. É uma tradução, uma forma de perceber o mundo.
    Mais complicado que ficar pensando, escrevendo, divagando, é tentar entender o que o outro quis dizer ou tentar entender o espírito de quem escreveu. Aí, é perda de tempo e paciência.

    ResponderExcluir
  4. Não tente, meu caro, fique no seu pedestal de arrogância intelectual, e não tente "entender o espírito de quem escreveu"

    ResponderExcluir
  5. :) É, Albertinho.rs..valeu pela visita, mano. Mas, vc podia ter dormido sem essa.rs..Bjs queridos. Deus os abençoe. Alberto, estou esperando seu meme :D

    ResponderExcluir

Que bom saber que pra você a vida também é fantástica...